The Drifters na Europa.

Bom, gente, esta é a nossa terceira parte de Biografia do grupo Drifters. Atenção ao número de integrantes, e às confusões judiciais pelo nome. Aqui, faremos muitas constatações interessantes. Este grupo, ao longo de 54 anos, teve por volta de 50 integrantes!!! E a pessoa que mais tempo (entre idas e vindas) serviu à ele foi o nosso querido Johnny Moore. Podemos dizer, então, que ninguém foi mais 'Drifter' do que ele. Foi? Sim... Ele faleceu em 1998, nos deixando com muita saudade. Mas seu legado é eterno...

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Depois de quase duas décadas de sucessos nos Estados Unidos, chegou o momento de buscar novos horizontes. O grupo já não conseguia ter o mesmo apelo no mercado norte-americano, e partiu para a Europa, liberados de seu contrato com a gravadora Atlantic, mas ainda sob o comando de Faye Treadwell. O ano era 1971. Johnny Moore e Bill Fredricks se uniram a Butch Leake e Grant Kitchings para uma nova formação do grupo. Butch Mann foi escalado para a guitarra.

Com esta formação eles assinaram contrato com a gravadora Bell. Seu primeiro lançamento na Europa foi o single de "Something Tells Me", que não alcançou uma colocação boa nas paradas. Mas o pontapé inicial tinha sido dado.
Foi ainda em 1972 que a dança das cadeiras começou. Bill Fredricks deixou o grupo, e foi substituído por Clyde Brown. Em 1973, por ocasião do lançamento do single "You've Got Your Troubles", Kitchings deixou o grupo, e foi substituído por Billy Lewis. Com esta formação eles lançaram o single "Like Sister and Brother" e o álbum "The Drifters Now". "Like Sister and Brother" alcançou sucesso nas paradas do Reino Unido, alcançando a sétima posição.

E aí veio a surpresa, em 1974. O single "Kissin' in the Back Row of the Movies", entrou para as paradas mundiais de R&B, alcançando o número 82. E, nas paradas do Reino Unido, no chart geral, a música alcançou um número dois. Era o primeiro sucesso retumbante do grupo, depois da mudança de ares.

O single "I'm Free (for the Rest of Your Life)" também foi lançado em 1974, mas não causou grande impacto. E, no mesmo ano, o single de "Down on the Beach Tonight" alcançou o número sete da parada do Reino Unido. O sucesso do grupo na Europa provou que ele ainda tinha seu público e seu charme.
Em 1975, o single "Love Games" foi lançado, alcançando o número 33 nas paradas britânicas. Com o sucesso do single, a gravadora acabou lançando o disco, de mesmo nome. Ainda neste ano, o single de "There Goes My First Love" foi lançado. Outro grande HIT britânico, alcançando o terceiro lugar das paradas. Depois dele, foi a vez de "Can I Take You Home Little Girl", que alcançou a décima posição das paradas.

Em 1976 o lançamento do single "Hello Happiness" também não passou desapercebido. A música figurou na décima segunda posição das paradas Inglesas. Neste mesmo ano Butch Leake saíu do grupo, cedendo o lugar para Joe Blunt. A formação passou a ser, então: Johnny Moore, Clyde Brown, Joe Blunt e Billy Lewis.

O single "Every Night's a Saturday Night With You" foi lançado e alcançou o número 29 das paradas britânicas. No mesmo ano, o disco "Every Night is Saturday Night" Foi lançado pela gravadora Arista. Desse mesmo disco, o single "You're More than a Number in My Little Red Book" foi lançado, alcançando a quinta posição das paradas europeias. E este foi o último single oficial do grupo.

Depois desse lançamento, apenas coletâneas e discos ao vivo foram lançados. Nenhum material novo. Johnny Moore deixou o grupo em 1978, para a entrada de Ray Lewis. Joe Blunt e Billy Lewis saíram do grupo em 1979. Foram substituídos por Johnny Moore (retornando) e Louis Price, que tinha sido vocalista do "Temptations". Moore e Clyde Brown saíram do grupo em 1982 (eu sei, eu sei... Johnny Moore não conseguia se decidir!). E, para substituí-los, dois retornos: Ben E. King (Whoa!) e Bill Fredricks.
Em 1983, Fredricks, Lewis e Price saíram do grupo!!! E, pior, os substitutos foram: Jonnhy Moore (de novo), Joe Blunt e Clyde Brown. A impressão que eu tenho é que os caras se revezavam no grupo. Quando um cansava, e queria férias, vinha o substituto.
Em 1986 todo mundo saíu!!! Férias coletivas... hahaha E aí a nova (não tão nova) formação consistia de Ray Lewis, Billy Lewis, Louis Price e Jonah Ellis (esse sim, novo). Aí, Johnny Moore cansou das férias, bem como alguns outros, e o grupo foi todo refeito de novo, em 1987: Moore, Billy, Ray Lewis e o novo Gene Jenkins. Ele não durou muito... George Chandler o substituiu naquele mesmo ano, e depois, também naquele ano, John Thurston ocupou a vaga.
Em 1988 Ray Lewis saiu  e foi substituído por Joe Cofie. Aí, em 1989, o Billy Lewis saí, e George Chandler voltou. Mas não ficou nem um mês inteiro!!! Depois dele vieram Tony Jackson e Keith John.

Em 1990, finalmente, Peter Lamarr assumiu a vaga, e este sim, ficou tempo suficiente para ter até foto do grupo com ele (hahaha). No final deste ano, John Thurston saíu e Roy Hemmings veio para preencher a vaga. Patrick Alan esteve no grupo durante uma licença de Lamarr, que acabou virando demissão. Mas, para a substituição definitiva, Rohan Delano Turney foi chamado. O grupo ficou assim até 1996 (nossa, milagre).

Mas alguém tinha que recomeçar a dança das cadeiras... Joe Cofie saiu e cedeu o lugar para Jason leigh. E, só em 1998, a formação do grupo mudou de novo. O próprio Leigh saiu para a re-entrada de Lamarr.

E aí, no dia 30 de dezembro de 1998, Johnny Moore faleceu. A causa da morte é desconhecida. O que se sabe é que ele estava com alguns problemas respiratórios, nos meses antes de sua partida. Ele tinha 68 anos. Entre entradas e saídas, que mais pareciam breves férias, Johnny foi o membro que mais tempo ficou no grupo. Entrou, pela primeira vez (haha), aos 21 anos, e a história dele com o grupo só acabou com sua morte. Foi um banho de água fria para mim. Quando finalmente descobri quem era o vocalista que eu gostava (dentre tantos que o grupo teve) , descobri também que ele já era falecido. Foi por causa dele que comecei a louca jornada para tentar desvendar a história do grupo. Mas, felizmente, a voz de Johnny está gravada, nos discos, e na minha mente, para sempre.

Patrick Alan foi chamado para manter o grupo como um quarteto. Em 1999, esta era a formação do grupo: Roy Hemmings, Rohan Delano Turney, Patrick Alan e Peter Lamarr. A formação permaneceu a mesma até 2003, quando Lamarr saíu do grupo de novo. Foi substituído por Victor Bynoe. Roy Hemmings saíu em 2004, e aí o Lamarr voltou das férias dele (hehe). Bom, ironicamente, nesta formação estão alguns dos membros que mais tempo permaneceram no grupo, entre entradas e saídas (férias).

Em 2001 Faye Treadwell deixou o Reino Unido. Decretou falência de sua agência de empresariado. Dois ex funcionários dela assumiram o compromisso de continuar a agenciar o grupo, com uma nova empresa. E foi essa galera que finalmente entrou na justiça contra os impostores, os falsos Drifters no mercado, e até mesmo os Originais (lembram-se deles?).

Aí vem a confusão, mais uma vez. Até aqui, desde a primeira parte da nossa bio, já temos dois drupos se intitulando Drifters... Não vamos esquecer os Originais!!! Vamos falar deles em outro capítulo. Mas, a filha dos Treadwell, Tina, em 2006, entrou na justiça para proibir o uso do nome Drifters por outro grupo qualquer, que não o que ela estava formando. Afinal de contas o nome era uma marca registrada por seu pai!!! No grupo que ela formou, estavam Roy Hemmings e Jason leigh... Bom, a briga continua até hoje!!! Sai uma decisão na corte do Reino Unido, o outro lado recorre... Mas, em 2007, a corte deu ganho de causa para Treadwell. Ou seja, o nome é dela. Mesmo assim, o grupo que formou uma base de fãs fiéis no Reino Unido, e que lota casa de shows é o outro. Tanta fama veio por causa de Johnny Moore, e continuou depois. Enfim, muita confusão...

Pra piorar, duas formações do grupo foram homenageadas no Hall da Fama de grupos vocais... "The Original Drifters" (com Bill Pinkney) e "Ben E. King and the Drifters"; ou seja, as duas primeiras grandes formações dos grupo, dos anos 50 e começo dos anos 60. Então, a título de história da música, estas são as formações que realmente contam.

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É isso. Esta foi a nossa terceira parte da Biografia de um dos grupos mais famosos e mais conceituados da história do R&B. Falta muita coisa, galera. Vamos voltar um pouquinho no tempo, e ver o que aconteceu na formação, e durante os anos, de mais um grupo: The Original Drifters. Este contou até o meio deste ano (2007) com um dos membros fundadores do grupo, lá nos anos 50. Mas, falaremos do que ele fez depois de ter sido demitido por Treadwell, e de seu legado, em outro texto.

Beijos da JulyN