Este grupo, originário dos anos 50, talvez tenha sido um dos mais proemimentes da história do R&B. Sua trajetória é riquíssima, e cheia de requintes. Por isso, quem estiver lendo esta briografia, deve fazê-lo com atenção.
Vou começar explicando a grande controvérsia que existe hoje em dia. Dois grupos da atualidade se intitulam "The Drifters". E esta é a apenas a ponta do iceberg. É nesta longa, mas interessante biografia, que eu vou explicar, ou pelo menos tentar, o quê, quando e onde aconteceu essa rusga. E aí, os leitores poderão formar suas próprias opiniões sobre o legado do grupo.
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No final dos anos 40, a moda no R&B era os grupos vocais. Normalmente eles formavam um coro bonito, e cada integrante ocupava um lugar na escala vocal. E também comumente, o vocalista era o baixo ou o barítono do grupo. Vozes masculinizadas, graves, eram a moda da época.
Em 1951, um novo grupo despontava no mercado. "The Dominoes" tinha algo de diferente. Ao invés de um vocalista com voz grave, o grupo contava com um contra-tenor nos vocais principais. Era uma revolução no jeito de fazer R&B. Clyde McPhatter passou a ser, rapidamente, um novo parâmetro para os novos artistas. A primeira música do grupo a fazer sucesso foi "Do Something for Me".
Com o passar do tempo, Clyde foi ficando insatisfeito com a situação do grupo. Apesar de ser o vocalista, quem levava a fama de responsável pelo sucesso era o arranjador e pianista "Billy Ward". Eram inúmeras as vezes em que o grupo era anunciado como "Billy Ward and the Dominoes". O vocalista, muitas vezes, era referido como "Clyde Ward", e anunciado como irmão de Billy. À medida que o grupo foi ganhando mais dinheiro, e ele era dividido de maneira injusta entre os meninos e Billy, Clyde achou que era hora de partir para algo melhor, e dele.
Aqui já começa a contradição. Hahahaha A saída do Clyde aconteceu em 1953, e existem duas versões diferentes para o que ele fez durante e depois desse processo.
A primeira versão conta que David Baldwin recebeu um telegrama de Clyde, dizendo que estava deixando o "Dominoes" e voltando para NY, para montar seu prórpio grupo. Ao ler o telebrama, Baldwin não perdeu tempo. Chamou os amigos James "Wrinkle" Johnson, William "Chick" Anderson e David "Little Dave" Baughan para integrar o grupo de Clyde, além dele mesmo se colocar à disposição.
A outra versão é contada pelo então presidente da Atlantic Records, Ahmet Ertegun. Segundo ele, no dia 6 de Maio de 1953, em uma apresentação do "Dominoes" no Birdland de Nova York, Clyde não compareceu. Ahmet, fã do vocalista, foi aos bastidores perguntar por ele, e descobriu, pelo Billy, que ele havia sido demitido. Então, o executivo ligou para Clyde e o induziu a formar um novo grupo, que seria contratado por sua gravadora.
Qualquer uma das histórias termina com a formação de um grupo, sob o comando de Clyde McPhatter (vocalista). No grupo estavam também David "Little Dave" Baughan (contra-tenor, com voz semelhante à de Clyde), William "Chick" Anderson (Tenor), David Baldwin (Barítono) e James "Wrinkle" Johnson (Baixo). Clyde assinou um contrato com a gravadora no dia 7 de maio de 1953. Mas, o comunicado para a mídia saíu apenas em 28 de maio do mesmo ano.
O problema era que, como ele tinha lançado singles com "The Dominoes", na verdade Clyde ainda era contratado da Federal Records. Foi preciso muita negociação para, finalmente, acabar com isso. Nos dois meses que se passaram, o grupo que ainda não tinha um nome, ensaiou, até chegar a uma harmonia boa entre os integrantes.
No dia 29 de Junho de 1953, eles entraram em estúdio para gravar quatro músicas. Dessas quatro, apenas "Lucille" foi aproveitada para lançamento. Era o primeiro single do grupo.
O executivo da Atlantic não gostou muito do primeiro resultado obtido, e pressionou Clyde para que ele formasse um novo grupo. O vocalista falou com Gerhart Trasher, que chamou seu irmão, Andrew, e um amigo, Bill Pinkney.O novo grupo, ainda sem nome, praticou durante um mês. Durante esse tempo, conheceram Willie Ferbee, que foi convidado a participar.
No dia 9 de agosto de 1953, acontecia a segunda sessão de Clyde, e seu novo grupo, em estúdio. Os vocais foram arranjados da seguinte forma: Bill Pinkney (primeiro tenor), Andrew "Bubba" Trasher (segundo tenor), Gehart "Gay" Trasher (barítono) e Willie Ferbee (Baixo). Além deles, e de Clyde nos solos, a gravação contou com o guitarrista, e arranjador, Walter Adams. Foram gravadas cinco músicas; três delas reaproveitadas da primeira sessão de Clyde. E, finalmente, o grupo se decidiu por um nome. Nascia "The Drifters".
Cabe aqui uma explicação: existem, na história da música, alguns grupos com o mesmo nome, ou nomes semelhantes. Aqui, estou me referindo aos grupos que nada tem a ver com a história deste em particular. Um dos grupos, apareceu em Londres, e fez bastante sucesso na Europa. Mas, eles se formaram em 1954, quando o nosso grupo já tinha músicas nas paradas de sucesso. De qualquer forma, eles eram conhecidos como "The Crown Drifters". Atualmente, são lembrados como "The Robins".
Voltando ao nosso grupo, em setembro de 1953, eles lançaram o primeiro single com essa formação: "Money Honey/The Way I Feel". Contrataram um agência de turnês e pareciam estar no caminho certo. Mas, o destino lhes reservou algumas surpresas. Willie Ferbee sofreu um acidente, e não pôde mais acompanhar o grupo. E, o guitarrista Walter Adams morreu. Jimmy Oliver veio para substituí-lo. Mas o grupo tomou a decisão de não colocar um novo integrante nos vocais. Eles patinaram um pouco, até decidir como os arranjos ficariam: Gehart se tornou o tenor; Andrew se tornou Barítono; e Bill se esforçou para se tonar o baixo.
Apesar de todos os problemas, o single do grupo alcançou ótimos comentários e poções nas paradas. A estréia do grupo no Teatro Apollo aconteceu no dia 19 de setembro de 1953. O dinheiro começou a acumular, e os executivos da gravadora começaram a tratá-los como uma das preciosidades da casa, tomando muito cuidado na produção das músicas. Ahmet Ertegun e Jerry Wexler passaram a escolher, eles mesmos, o material que poderia ser gravado. Segundo Bill Pinkney, eles selecionavam algumas faixas, e passavam para Clyde, que tinha sempre a última palavra na decisão. Jesse Stone passara a ser um dos compositores mais requisitados deles, bem como o arranjador do grupo. Uma banda tocava nas gravações, e Jimmy Oliver passava o tempo praticando os arranjos, para apresentá-los ao vivo.
Mais sessões de gravações e apresentações em vários locais se seguiram. Em Janeiro de 1954, mais um single foi lançado: "Such a Night/Lucille". O sucesso foi instantâneo. Dia 4 de fevereiro eles foram ao estúdio de novo, para mais uma sessão de gravação. Em especial, nesta sessão, estava a gravação de uma música de Natal. "White Christmas", com vocais de Bill Pinkney (uma das poucas que não contou com os vocais de Clyde), fora gravada tão antecipadamente, por conta do receio da gravadora de não obter a autorização de seu autor Irving Berlin, para o lançamento. Eles teriam quase um ano inteiro para tentar convencê-lo a isso.
A gravadora apresentou a versão do grupo ao autor, que, surpreendentemente, gostou do que ouviu. Na verdade, era de se esperar, se formos pensar em poder de mercado. O grupo estava no auge do sucesso, e o senhor Berlin só teria a ganhar com a divulgação de "White Christmas", nas vozes dos integrantes do "Drifters".
Mais sessões e turnês se seguiram. No dia 13 de março de 1954, o locutor Ed Mackenzie, da WXYZ, baniu a música "Such a Night" de sua programação. Presumidamente ele fez isso com todas as versões da música, e não apenas a do "Drifters". Mas, ser banido, naquela época, era uma ótima propaganda, e com isso as vendas aumentaram ainda mais. Naquele momento, o grupo tinha dois singles nas paradas de R&B, simultaneamente.
Exatamente um ano após ter assinado contrato com a gravadora, Clyde foi afastado do grupo. Mais uma vez, ao perceber o quanto seu grupo faturava para os executivos, ele questionou a fatia que ficava para ele e para seus colegas. Mas, apesar de seu afastamento, nada foi dito sobre demissão, nem para o resto do grupo, nem para os fãs.
O grupo continuava muito requisitado. No dia 7 de maio, eles foram convidados a fazer o Backing Vocal para a gravação de quatro músicas da cantora Ruth Brown. No mesmo mês, mais um single do grupo foi lançado: "Honey Love/Warm your Heart". A primeira música se tornou a segunda do grupo a alcançar o primeiro lugar das paradas de R&B, e também a primeira musica a figurar nas paradas de música pop.
Apesar de o grupo não ter sido creditado nas gravações com Ruth Brown, eles viram as primeiras faixas serem lançadas em Junho, e fazer sucesso comercial. Para sair da saia justa de não ter mais seu vocalista nas apresentações ao vivo, por estar "afastado", o grupo convidou Little Dave para integrar o elenco. Como sua voz, já citada em parágrafos anteriores, era semelhante a de Clyde, e o grupo queria manter o estilo, esta foi a saída encontrada. Apesar de estar "salvando" o grupo, a atitude de Little Dave preocupava Pinkney. Ele tinha apenas 16 anos (Pinkney, 29) e era bem rebelde. E estava começando a ter problemas com bebidas.
Em Outubro de 1954 o single de "Someday you'll want me to want you/Bip Bam" foi lançado, e também provou ser um sucesso. As faixas que eles gravaram com Ruth Brown continuavam a ser lançadas também. Neste mês, Clyde foi chamado para servir o exército, dando uma ótima desculpa pelo seu afastamento do grupo. As turnês continuaram para os outros rapazes. Em novembro "White Christmas" foi, finalmente, lançada.
Durante uma das trunês, quando os rapazes estavam em Cleveland (provavelmente em Agosto de 1954), Bill Pinkney foi procurado por um rapaz chamado Johnny Moore. Ele era o tenor de um grupo chamado "The Hornets", e queria tentar uma vaga de ato de abertura do "Drifters" para o seu grupo. Não conseguiu nada. Mas, em Novembro do mesmo ano, quando "The Drifters" estava de volta à Cleveland, Moore falou com Pinkney de novo. Desta vez ele audicionou para o grupo, e foi contratado como segundo vocalista. Esta contratação, na verdade, foi um truque para assustar Little Dave, e talvez conseguir que seu comportamento, até então rebelde, mudasse.
Enquanto o grupo tentava se arranjar sem seu vocalista original, Clyde continuava a se apresentar, nas folgas do exército, por vezes fazendo participações especiais com o grupo. Até então, a saída dele era só uma licença, pelo menos era o que pensavam os outros integrantes, e os fãs. Em fevereiro de 1955, mais um single foi lançado: "Gone/Wat'Cha Gonna Do". A segunda música foi o primeiro hino gospel a ser lançado por eles, apesar do passado de louvores de todos os integrantes. Uma propaganda do single, feita no mês seguinte, já não continha o nome do grupo. Aclamava-o como sendo um single de Clyde McPhatter, apenas. E foi só aí que o grupo percebeu que seu líder tinha se retirado para sempre, para seguir sua carreira solo.
Johnny não havia sido contratado para dar um susto em Little Dave? Pois é, aparentemente, o susto tinha surtido efeito. O comportamento do menino se endireitou (por hora) e Johnny foi dispensado, em março de 1955. Mas este não era o fim da história dele com os "Drifters".
Mais algumas aparições públicas do grupo se seguiram, com a participação de Clyde. Nada fora dito ao público, ainda. Em Abril, o grupo finalmente foi à estúdio, gravar quatro músicas novas, com seu novo vocalista. Mas, a falta de confiança nele, fez com que os vocais, na verdade, fossem compartilhados. Cada música foi feita por um integrante do grupo. Nesse ponto, o sucesso era tanto, que matérias em jornais e revistas, sobre assuntos banais do grupo, eram sempre destaques.
Quando Clyde foi afastado, Bill se tornou o empresário de turnês, e passou a acompanhar a contabilidade do grupo. Em julho deste ano, finalmente o anúncio da saída de Clyde foi feito, e ele foi lançado pela gravadora como artista solo. Os primeiros singles de sua carreira, na verdade foram músicas previamente gravadas com o grupo. E, claro, ele foi um tremendo sucesso durante muitos anos.
Neste ponto, George Treadwell era o empresário da banda. Ele era um famoso trompetista, e também era famoso por ser marido de Sarah Vaughan. Segundo Johnny Moore, George criou um escritório de empresariado, chamado "Drifters, Inc." e os rendimentos do grupo ajudaram no crescimento desta firma. Chegou ao ponto de Treadwell privilegiar o incremento da firma, em detrimento dos artistas.
Quanto às músicas que Clyde estava lançando, sem creditar o grupo, Pinkney disse: "não nos importávamos. Na verdade, não podíamos fazer muita coisa. Estávamos sempre em turnê, ou gravando material novo, e quando percebíamos, os lançamentos já tinham sido feitos, sem que fôssemos consultados. A ideia de lançar Clyde como artista solo partiu dele e de Treadwell, apenas. Os dois passaram muito tempo negociando, e o grupo só foi informado por ocasião do primeiro single creditado a ele".
Em agosto de 1955, o comportamento de Little Dave voltou aos antigos moldes, e por isso ele foi demitido. Johnny Moore foi chamado de volta. Ele era, agora, o vocalista oficial do grupo, embora, em entrevistas, ele tenha dito que demorou mais ou menos um ano para ser aceito pelos fãs.
Mais uma sessão de gravações foi feita, e nesta apenas Andrew Trasher não teve sua chance de liderar os vocais. Cinco músicas foram gravadas. O single "Steamboat/Adorable" foi lançado, e a gravadora percebeu que o grupo ainda produzia hits, mesmo sem Clyde. Só para que vocês, ao ouvirem as músicas, tenham uma ideia dos vocais, "Steamboat" foi cantada por Bill Pinkney (ouçam também "White Christmas" para ter uma noção do alcance vocal deste homem) e "Adorable" foi a estréia de Johnny Moore.
Neste ponto, ficou bem claro quem a gravadora estava apoiando. Clyde tinha seus singles registrados e mandados para análise de críticos. "The Drifters" nem sempre recebiam o mesmo tratamento. Moore costumava dizer, em entrevistas, que viajar com o grupo era sempre uma aventura. Nessa época (anos 50 e 60), a segregação racial era muito presente nos Estados Unidos. Ainda mais nos estados do Sul. E, por isso, eles não encontravam hospedagem com facilidade, e por vezes dormiam no ônibus da turnê.
Em maio de 1956, Elvis regravou "Money Honey", e a gravadora Atlantic resolveu relançar a versão do "Drifters", para embarcar no sucesso do Rei. Não deu muito certo... Bom, quem pode contra o rei?
As turnês, gravações e lançamentos continuaram. Em agosto, enquanto empresário de turnê, Bill foi demitido. O resto do grupo o tinha nomeado porta-voz para os assuntos com o empresário. Ele, então, reivindicou mais dinheiro para o grupo, visto que ele conhecia a contabilidade, e percebia que estavam sendo lesados. Treadwell convocou o resto da trupe, e avisou que Pinkney seria demitido. Andrew protestou, e foi demitido também. Pinkney só ficou sabendo de sua dispensa, quando foi a uma casa de shows, pronto para se apresentar com o grupo, e recebeu o aviso da portaria do local.
Em três semanas ele se arranjou com outro ato. Chamou o amigo Bobby Hendricks (tenor) e o amigo Dee Ernie Bailey (tenor/barítono). Billy Kennedy veio para completar o time. Ele não cantava muito bem, mas era muito bonito, e conhecia as pessoas certas. Como Guitarrista, eles chamaram Reggie Kimber. Nascia o "The Flyers".
Tommy Evans foi chamado para substituir Pinkney no "Drifters" e "Carnation Charles" Hughes ocupou o lugar de Andrew Trasher. Em novembro, esta nova formação gravou suas primeiras músicas. Mais um fim de ano veio, e a Atlantic, mais uma vez, lançou a faixa "White Christmas". Desta vez, ela alcançou sucesso moderado.
Em janeiro de 1957, o single "Fools Fall in Love/It Was a Tear" foi lançado, também perfazendo o trajeto de sucesso dos outros singles do grupo.
Em maio foi lançado o single de "Hypnotized/Drifting Away from You". E, em Junho, finalmente, veio o lançamento de um disco do grupo, que continha seus maiores sucessos, desde os tempos do Clyde.
E, então, a dança das cadeiras continuou. Tommy Evans foi demitido, e Bill foi chamado de volta. Seu outro grupo se desfez, e os integrantes foram para suas casas, não ingressando em outros projetos. Não foi muito depois disso (novembro) que o Bobby Hendricks recebeu a ligação de sua vida. Era Bill Pinkney o convidando para ser vocalista do grupo, visto que Johnny tinha sido dispensado!!! O vocalista assumiu o posto orgulhoso, e o grupo pôde continuar suas turnês.
E, mais uma vez, no início de 1958, Bill foi demitido. Pelos mesmo motivos de antes... Ele foi correndo para o estúdio, fazer um single solo. Eis um homem que não perdia tempo. Tommy Evans foi, mais uma vez, chamado para assumir o posto de Bill. Em março deste mesmo ano, Carnation foi dispensado, e substituído por Jimmy Milner. O grupo agora consistia dos vocalista Bobby Hendricks, tenor Gehart Trasher, barítono Jimmy Milner, e baixo Tommy Evans.
As mudanças pessoais e a falta de um vocal forte, fizeram o trabalho do grupo perder qualidade. As gravações posteriores não chegaram nem perto da genialidade de antes. A gravadora tentou até usar o novo sistema, de faixas pré-gravadas (melodia) com o grupo, ao invés de gravações com banda ao vivo. Mas nem isso ajudou.
Depois dessas tentativas, decepcionado, Bobby Hendricks deixou o grupo para se unir a Jimmy Oliver na Sue Records. Os dois gravaram alguns ótimos singles juntos. Tentando levantar o moral do grupo, a gravadora apressou o lançamento do single "Moonlight Bay/Drip Drop", em maio de 1958. Eram duas das músicas feitas com o novo sistema de gravação. Nenhuma das duas teve o sucesso das anteriores.
Como um favor pessoal a Treadwell, Jimmy Oliver e Bobby Hendricks se uniram ao grupo de novo, para uma turnê. O empresário não conseguiu achar um vocalista a tempo. Os shows do Apollo acabaram em desastre, por assim dizer. Um dos integrantes do grupo, nos bastidores, completamente bêbado, teria xingado os donos da casa, em voz bem alta. O comportamento irritou de vez o empresário, que, muito nervoso, demitiu o grupo todo!!! Whoa!!! Esse empresário devia ser uma seda. Por isso não ficou muito tempo casado com a Sarah Vaughan (hehe).
Aí, dois eventos aconteceram separadamente, apesar de terem toda a relação do mundo com a polêmica que eu citei no começo deste texto. Vocês lembram, lá no comecinho, bem longe daqui??? Pois é....
Bill Pinkney, muito esperto, depois de saber da demissão do grupo, tratou de correr em busca dos membros originais, e tentou refazer a banda. Só não conseguiu o Clyde, é claro. Mas conseguiu o Little Dave e os irmãos Trasher. Eles se auto-denominaram "The Original Drifters".
Enquanto isso, Treadwell contratou um grupo novo. Ele tinha direitos legais ao nome "Drifters". E a briga toda começou aí. Ele tinha visto, alguns meses antes, um grupo chamado "The Crowns". Este era um derivado do original "The 5 Crowns". E foi este grupo que o Treadwell contratou para ser o novo "Drifters". Segundo seu novo vocalista, o grupo demorou uma semana para aceitar a oferta, pensando sempre que era um sonho se tornar o grupo de R&B mais bem sucedido daquela época. É que Treadwell impôs uma condição para isso. Um dos integrantes do "Crowns" teria que sair, pois tinha problemas com bebidas. E, vamos lembrar, foi esse problema que demitiu o "Drifters" original inteirinho. Depois de muito pensar, o grupo aceitou.
Esta era a nova formação do "Drifters": Charlie Thomas (tenor), Benjamin Earl Nelson (tenor/barítono), Dock Green (barítono) e Elsbeary Hobbs (baixo).
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Bom, acaba aqui a primeira parte de nossa história. Com este texto, nós cobrimos a primeira fase do "Drifters". Muitos devem estar pensando que a nova formação não foi muito longe. Ou se perguntando sobre o "Original Drifters". Tudo isso vai ser explicitado nos próximos textos. Por enquanto, espero que tenham gostado de ler, apesar da quantidade. Preciso agradecer imensamente ao Unca Marvy que tem um site que é uma verdadeira enciclopédia do R&B. As pesquisas e entrevistas foram feitas por ele mesmo. Fantástico!!! Se sabe ler Inglês, não deixe de conferir. Peguei todas as fotos deste post, e noventa por cento da informação, lá.
JulyN
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