sábado, 14 de janeiro de 2017

Retrospectiva 2016: quem se foi... Parte 2

George Michael (25 de Junho de 1963 - 25 de Dezembro de 2016)
Foto cortesia de Notícia Livre.

Olá, amiguinhos e amiguinhas... Tudo belezinha aí com vocês? Espero que sim... Acho justo que continuemos nossa retrospectiva, homenageando mais gente bacana que nos deixou em 2016, né?

Marni Nixon (22 de Fevereiro de 1930 - 24 de Julho de 2016)

Marni era uma excelente soprano e atriz, que fez vários filmes e musicais, e emprestou sua voz belíssima a muitos personagens. Ela era especialmente famosa por dublar as partes cantadas, e emprestar sua voz, à personagens consagrados de outras atrizes famosas em Hollywood, à exemplo de Deborah Kerr em 'O Rei e Eu', Natalie Wood em 'Amor, Sublime Amor' e Audrey Hepburn em 'Minha Querida Dama'. Muitas de suas participações até hoje são negadas e causam controvérsia, já que as famosas atrizes as quais pertenciam os personagens não gostavam de admitir que não cantaram de fato em seus musicais.  Mas, para a história desses filmes, que marcaram época, em Hollywood, Marni foi de infinita importância, especialmente pra quem, como eu, curte música. Sua bela voz nos fez sonhar com os personagens que ajudou a criar.


Nigel Gray (1947 - 30 de Julho de 2016)

Nigel era um famoso produtor musical Inglês, responsável,  pelos três primeiros álbuns do Police. Ele foi de seminal importância para a banda, emprestando inclusive seu estúdio particular para as gravações.


Barbara Gibb (17 de Novembro de 1920 - 12 de Agosto de 2016)

Quem conhece um pouquinho de história da música reconhece logo de cara o sobrenome desta senhora, que faleceu aos longevos 95 anos. Barbara era a mãe dos 'meninos' que compunham o grupo Bee Gees. E temos que mencionar também o cantor Andy Gibb, falecido em 1988. A importância desta senhora na história da música é esta. Foi genitora, e cuidou de artistas que mudaram um pouco a cara da música popular.

Lou Pearlman (19 de Junho de 1954 - 19 de Agosto de 2016)

Ok... Vamos falar do empresário Lou Pearlman. Obcecado pelo dinheiro que ele ficou sabendo que rolava para os empresários no sucesso que foi o grupo New Kids on the Block, ele decidiu abrir uma produtora, para agenciar outras boy bands. Sua primeira contratação, através de um concurso que ele criou para busca de talentos, foi uma bandinha pouco conhecida chamada Backstreet Boys... Depois de enriquecer às custas dos meninos, ele montou outras bandas e agenciou outros talentos do universo, sempre com o modelo explorativo de negócios, aonde ele e seus sócios ficavam ricos, enquanto as 'crianças' trabalhavam. Eventualmente todas as bandas e artistas que ele agenciou o processaram por isso... O caso mais famosos sendo da banda já citada. Mas, temos que mencioná-lo pois, bem ou mal, ele foi o responsável pelo surgimento de algumas das maiores bandas do estilo. Além de BSB, ele tb agenciou 'N Sync, O-Town e LFO, para citar algumas. A maneira de conduzir os negócios na indústria da música já era um indicativo... Mas Pearlman foi parar na cadeia por conta de um esquema de fraude monetária, descoberto pela polícia federal norte americana. Faleceu cumprindo essa pena, que era longa, de 20 anos.

Foto cortesia de The New Yorker.
Juan Gabriel (7 de Janeiro de 1950 - 28 de Agosto de 2016)

Um expoente da música tradicional mexicana, indicado ao Grammy inúmeras vezes, Juan foi responsável por popularizar a figura dos Mariacchi mundo afora, tornando o estilo não só um tipo de folclore mexicano, mas sim uma música de verve romântica, que merecia espaço nas rádios. Sabe aquela música brega pra mais de metro, que sua tia fã de telenovela provavelmente escuta chorando de emoção? Pois é, Juan Gabriel é o Rei do estilo... E, uma vez que você escuta qualquer coisa dele, apesar de achar breguíssimo, reconhece o talento vocal do cantor, e é por isso que ele fará falta, por que dava classe ao brega. 


Jerry Heller (6 de Outubro de 1940 - 2 Setembro de 2016)

Hum... Quem assistiu ao filme 'Straight Outta Compton' vai entender quando eu disser que esse cara era a mola branca no sucesso da banda de rap N.W.A... Jerry Heller foi o empresário judeu que topou fazer negócios com Easy E., e tornou o N.W.A. um grupo não só conhecido entre os negros norte-americanos, mas também no universo pop. Enriqueceu no processo? Sim... Ele era judeu, gente... Mas, tem seu valor por ter acreditado e investido num ato que se tornou um dos mais importantes do rap mundial. Se não fosse pelo esforço dele, talvez hoje não soubéssemos nada sobre a banda, e eu tenho que dizer que isso traria mais desdobramentos do que qualquer um possa imaginar... Não haveria o grupo... Ice Cube e Dr. Dre não seriam conhecidos... Sem que Dr. Dre fosse conhecido, Snoop Dogg não existiria, nem Eminem. E sem Eminem, não haveria 50 Cent... E por aí vai... Sem Ice Cube não haveria uma porção de comédias de cotidiano da comunidade negra, e com isso os trejeitos e maneirismos desta comunidade não se popularizariam, e não se tornariam menos estranhos à audiência branca.... Enfim. Jerry Heller, um judeu branco, possibilitou muita coisa para a cultura dos negros norte-americanos. Mais do que muito negão que se considera grande coisa...



Rod Temperton (9 de Outubro de 1949 - 5 de Outubro de 2016)

Compositor de 'Thriller', música famozérrima de Michael Jackson, e de muitos outros grandes sucessos para o rei do pop e outros artistas. Eu podia parar por aqui, mas vamos continuar.  Temperton era um carinha Inglês branco, que se achou no meio da negada, na década de 70, compondo e produzindo grande HITS da disco music... Daí, ele saltou para a música Soul Contemporânea, e fez Juju cantar e dançar durante os anos 80, com nomes como George Benson, Patti Austin e James Ingram, interpretando suas composições - algumas das minhas músicas favoritas foram compostas por ele. Através desse clubinho de amigos melaninados, ele conheceu Quincy Jones. E se você não sabe de quem estou falando, vai pesquisar, pelo amor!!! Enfim, uma vez apresentado para Quincy Jones, que na época começava a produzir Michael Jackson, Temperton de repente, e graças ao seu talento já demonstrado, virou o compositor dos álbuns 'Off the Wall' e 'Thriller'. Claro que a carreira dele não se resume a isso, mas acho justo dizer que nossa homenagem é por essa 'pequena' contribuição à história da música, né?


Phill Chess (27 de Março de 1921 - 18 de Outubro de 2016)

A música negra americana teve muitos motivos para ficar de luto em 2016, e a partida de Phil Chess foi um desses motivos. Um judeu polonês que migrou para Chicago ainda criança, e que, depois de servir o exército na segunda guerra mundial, entrou para os negócios da música através de seu irmão mais velho, que já trabalhava em uma gravadora. Os dois acabaram se tornando sócios de uma nova gravadora, Aristocrat Records, e pouco tempo depois mudaram seu nome para Chess Records e concentraram suas contratações no universo do R&B, Soul e do Jazz da época. Sua pequena gravadora, que muitas vezes contava com ele mesmo produzindo as gravações, foi responsável pelas carreiras Muddy Waters, Etta James, Willie Dixon e Chuck Berry, para citar alguns... Então, acho que não resta qualquer dúvida do por que este empresário e produtor musical deve ser homenageado por nós.


Bela foto, cortesia do Washignton Post.
Kay Starr (21 de Julho de 1922 - 3 Novembro de 2016)

Kay foi uma famosa cantora de pop e jazz das décadas de 40 e 50, responsável por sucessos como 'Wheel of Fortune' e 'The Rock and Roll Waltz'. Sua influência no Jazz era tanto, que ganhou um elogio de Billie Holiday, que dizia ser ela a única mulher branca a poder cantar o Blues. Kay também é considerada uma desbravadora da música country, mesclando estilos de forma a popularizar o blues e o jazz entre os brancos sulistas, e o country entre os negros do blues.


Leonard Cohen (21 de Setembro de 1934 - 7 de Novembro de 2016)

Escritor, poeta, compositor e cantor canadense, nessa ordem de importância. O mundo conhece Leonard Cohen por sua música 'Hallelujah'. E só esta peça, muito bem escrita, um poema cantado, na verdade, já seria o suficiente para que ele estivesse sendo homenageado aqui. Acho mesmo que o grande trunfo de Leonard foi nunca ter se considerado um músico. Ele era um autor. De livros e poesias. E, de vez em quando, acabava compondo belas músicas também. Deixa um vasto trabalho escrito, que é o testemunho de seu incrível talento, que, graciosamente ele emprestou à música também.

Leon Russell (2 de Abril de 1942 - 13 de novembro de 2016)

Eita, que esse vai ser difícil de fazer quem não o conhece entender a importância de sua existência na história da música. Leon foi um excelente músico, produtor, e escritor, que esteve envolvido diretamente, nos 60 anos de sua carreira, com grandes sucessos da música pop. Como autor, ele foi responsável, entre muitas outras coisas, pela música 'Delta Lady', sucessão de Joe Cocker, e por 'A Song For You', aquela música mega deprimente associada sempre ao cantor Donny Hathaway. Mega deprimente e com uma das letras mais magistrais da história da música. E, bem na verdade, parte da vibe deprê vinha de Donny, que enfrentava seus próprios demônios... Como multi-instrumentista, Leon viajou o mundo sendo maestro e músico de bandas de turnê para nomes como Joe Cocker, Frank Sinatra, Bob Dylan, entre outros. Passeando por vários estilos, ele deu suma importância à algo por vezes pouco valorizado: competência. Tocar bem, cantar bem, escrever bem, independente do estilo da vez. Merece nossa reverência e aplauso por ter, durante 60 anos, ajudado a imortalizar diversos estilos e contribuído imensamente para produzir diversas pérolas musicais.

Foto antiga... Mas gosto...
Alan carregando Robin Thicke, com 9 anos,
num evento. O menino dormiu no meio da festa,
e papai saiu carregando ele no colo.
Lindo isso. Foto cortesia de
The Hollywood Reporter.
Alan Thicke (1 de Março de 1947 - 13 de Dezembro de 2016)

O Canadá perdeu uma de suas melhores estrelas. Alan Thicke era ator, compositor e apresentador de tv. Falando assim parece pouca coisa, mas Alan se tornou um dos pais televisivos mais amados, no final dos anos 80, através da série Tudo em Família, aonde interpretava o doutor Jason Weaver, um psiquiatra que tinha que resolver em sua casa mesmo, muitos dos dramas que também via em seu consultório. Foram sete temporadas como um pai amoroso de filhos adolescentes cheios de problemas, que conquistaram o planeta. Adicionalmente é dele as composições de vários temas de abertura para a tv nos anos 80 e 90. E, para selar a nossa homenagem aqui, que tem que ser excepcionalmente musical, Alan produziu Robin Thicke - hehe - um dos compositores e cantores da música popular mais na crista da onda agora... Sua morte inesperada, de um mal súbito, enquanto brincava com seu filho caçula encheu a todos de pesar, e nos lembrou das inúmeras contribuições deste artista para o entretenimento.

Rick Parfitt (12 de Outubro de 1948 - 24 Dezembro de 2016)

Esse povo que cisma em morrer no feriado, viu? Rick Partiff era o guitarrista da famosa banda Inglesa Status Quo. Adicionalmente, era também compositor e cantor. Com a banda, foi precursor do Boogie Rock.


George Michael (25 de Junho de 1963 - 25 de Dezembro de 2016)

Sim!!! Estamos falando daquele George Michael. Da dupla Wham! Dos sucessos 'Wake Me Up Before You Go-Go' e 'Careless Whisper'. Que, em carreira solo gravou músicas como 'Freedom 90' - minha favorita - 'Faith', 'I Want Your Sex', e 'Father Figure', só para citar algumas... O George Michael do dueto ubber famoso com Elton John 'Don't Let the Sun Go Down on Me'. Enfim, esse George Michael. Sua morte repentina - era novo - pegou a todos de surpresa, e nos encheu de tristeza um dia após o Natal, quando fomos informados. Cada geração tem suas lendas, e George Michael era uma das lendas da minha. Já havíamos perdido Prince na primeira metade do ano, e não estávamos preparados pra mais essa. De George, era sempre possível esperar interpretações excelentes, de músicas escolhidas à dedo, quando não compostas por ele mesmo, e um estilo que só pode ser descrito com classudo, chique, glamouroso. George era isso. Era ser másculo, mesmo sendo homossexual, era ser lindo, e apetecer a todas as plateias. Era falar sério, falar de assuntos necessários de serem expostos, sem com isso assustar as pessoas... Era lindo. Era pop. Um dos melhores nessa função de ser pop, de comunicar com a massa. por que fazia isso sem perder a classe, e era lindo de se ver. George Michael, nós imaginamos, teria sido a última pá de cal no ano de 2016, que foi bem chato...


Debbie Reynolds (April 1, 1932 – December 28, 2016)

Estrela com E maiúsculo. Dessas que não se fazem hoje em dia. Debbie era atriz, cantora, empreendedora, historiadora de cinema, e humanitária. Debbie era a definição do que é ser uma mulher, bonita, inteligente, descolada e feminina. Linda, excelente interprete de musicais - por isso ela está aqui -, talvez, de fato, o papel que eu mais admire nesta fantástica mulher, foi o trabalho primoroso de preservação da história do cinema que ela fez ao longo dos anos, recolhendo, catalogando e preservando jóias do cinema. Roupas de personagens antológicos e itens que fizeram história na sétima arte. Vai-se um mito. George Michael não era a última pá de cal. Nem mesmo a filha de Debbie, Carrie Fisher, que morreu um dia antes da mãe - acreditem -, não foi a última pá de cal. O ano calou-se quando os céus levaram Debbie, com sua classe, com seu garbo e elegância, para cantar, dançar, interpretar, e quiçá preservar as maravilhas do céu. 

***

E, é isso. 2016 foi aquele tipo de ano que tivemos o que chorar pelos 12 meses, como podem perceber. Que venha 2017, que percamos menos talentos indispensáveis. Lembrando que esta lista que fiz não é completa. Trata-se da minha lista, das pessoas que eu conhecia, que por meus ouvidos um dia passaram, e a quem quero reconhecer uma última vez. Para ver a primeira parte da lista, é só clicar aqui. E deixei uma lista de trabalhos, diretos ou indiretos dos homenageados no Youtube, pra que todos possam sentir o que perdemos com esses falecimentos... Uma última homenagem a quem nos divertiu de alguma forma. 






JulyN.

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